Olá, sou o José Pastoria e vou estar à conversa com Anabela Fonseca em “Conta-me Como Foi a Tua Viagem”, no próximo dia 17 de junho, às 21h00, em direto, na página do Facebook Viagens e Excursões.
Ribatejo, o local onde nasci
Decidi partilhar convosco a beleza da terra onde nasci e cresci. Sim, vamos ficar por Portugal, mais concretamente pelo Ribatejo.
Sou natural de Benavente e hoje quero-vos falar de vários locais aqui perto, mas vamos começar por uma ilha mágica, a ilha do Malagueiro.
Este local onde cresci, para além da sua enorme beleza natural, está repleto de uma energia tão boa que nos deixa completamente em paz. Adoro caminhar e perder-me por este local. Gosto de começar as minhas caminhadas no Convento de Jericó, este provavelmente diferente de todos os conventos que já puderam ter a oporunidade de conhecer, pois apenas lhe restam os muros e uma pequena, mas muito especial, capela dedicada à fé do São Baco.
Ainda hoje em dia, todas as quartas feiras, a capela está aberta ao público, muitas são as pessoas que se deslocam ao Convento para terem o seu momento de paz. Este convento situa-se a quase 4 quilómetros a norte de Benavente e a cerca de 1800 metros a sudoeste de Salvaterra de Magos.
Nesta minha caminhada entro na lezíria, e aí aprecio a beleza que o Tejo nos oferece, depois sigo por um pequeno valado, com cerca de 2m de elevação que acompanha o rio durante cerca de 3km e me possibilita ter uma paisagem simplesmente maravilhosa deste tão importante rio.
Ilha do Malagueiro
No final deste valado, aparece a Ilha do Malagueiro, com todo o seu explendor, este é um local que apenas visitando se pode realmente ter a noção da sua beleza. A passagem para dentro da ilha é logo muito especial, pois como o nome indica, uma ilha deixa de ter ligação às margens. Existe um dique feito de pedra que quando a maré está vazia funciona como ponte e permite que assim se consiga entrar dentro da ilha, pelo que a entrada na ilha só é permitida à maré vazia.
Lembro-me quando era muito pequeno e não existia este dique, a passagem era feita de barco a remos através dos antigos barcos do tejo. Nessa altura, habitava na casa da ilha um casal, o Sr. Jorge e a Sra. Maria que cuidavam da ilha e eram eles que conduziam o barco para podermos passar. Aventuras da minha infância!
Nesta ilha pastam várias dezenas de cavalos em estado selvagem, que nos brindam com imagens dignas de quadros. É um local magnifico.
Aqui bem perto, temos também a famosa aldeia do Escaroupim, esta aldeia piscatória é parte do nosso património florestal representado na Mata Nacional. Sabiam que na Mata Nacional encontramos cento e vinte cinco das mais de setecentas espécies de eucaliptos existentes no mundo. A Aldeia do Escaroupim é conhecida pelas suas casas palafitas, os seus barcos dos pescadores, a Casa Museu dos Avieiros, onde podemos desfrutar de uma prova de vinhos. E que bem que se sabe!
Ao falar desta zona, não posso terminar esta conversa se falar na famosa Rota das Lezírias!
A Rota das Lezírias é uma pequena rota pedestre, que se destaca pelo seu caracter natural e rural, marcado pela água que lhe concede uma paisagem diversificada e dinâmica. Parte do caminho é realizado nos valados dos rios Almansor e Sorraia que protegem as terras agrícolas das cheias sazonais, e o canal de rega do Vale do Sorraia está presente em grande parte da rota.
A intervenção humana sente-se em grande parte da rota, sendo a agricultura, o gado bovino e o cavalo lusitano presença permanente no amplo campo de visão que as lezírias oferecem.
Vamos conversar um pouco sobre estes locais da minha infância?!
Até à próxima segunda-feira!