Olá, sou a Tânia Lourenço e vou estar à conversa com Anabela Fonseca em Conta-me como foi a tua viagem no próximo dia 2 de maio em direto na página facebook Viagens e Excursões.
E quando te perguntam quais as coisas que não queres deixar de fazer nesta vida? A tal bucket list… já pensaste nisso?
Uma das coisas que eu referia sempre – de uma longa lista, porque ainda quero fazer tanta coisa – era ver a aurora boreal. Foi atrás deste sonho que planeámos a viagem a Kiruna, no norte da Suécia, em fevereiro de 2017.
Claro que, sendo um fenómeno atmosférico, nunca é garantido que será visto, por muito que se planeie. Ainda assim não desistimos e adicionámos mais uns quantos elementos a esta viagem para que, mesmo que não conseguíssemos ver a aurora boreal, fosse uma experiência que guardaríamos para a vida.
Fui com o meu namorado na altura, agora marido. Voámos para Estocolmo onde ficámos dois dias para visitar uns amigos e aproveitar um pouco da cidade que é lindíssima.
Daí apanhámos um voo interno para a cidade de Kiruna – uma pequena cidade na zona da lapónia.
A cidade estava toda coberta de neve e durante a nossa estadia estiveram cerca de -5º de máxima – o que é uma temperatura relativamente alta para aquela zona do mundo, naquela altura do ano. À noite descia um pouco mais a temperatura, mas nunca apanhámos os habituais -17º de média.
Kiruna é também conhecida pelo incrível Ice Hotel. Um hotel todo feito de gelo e construído todos os anos (na altura do verão derrete!) em que os quartos são autênticas obras de arte. Ora googlem lá isto e vejam com os vossos olhos.
Este foi um dos tais elementos que adicionámos à nossa viagem e aventurámo-nos a passar uma noite neste hotel com uma temperatura a rondar os 4 graus negativos.
Confesso que quando foi altura de me deitar naquela cama de gelo, senti um arrependimentozinho e desejei imenso uma cama com colchão confortável e debaixo de um edredão quentinho… mas se assim fosse também não teria tanta piada e não haveria histórias para contar!
Fomos devidamente equipados seguindo as instruções e roupas fornecidas pelo hotel. Dormimos num quarto lindíssimo. De manhã fomos acordados pelas luzes do hotel a acender lentamente e um empregado que nos deixa um chá quentinho à porta do quarto.
Durante o dia íamos fazendo algumas atividades que incluíam visitas à cidade, passeios em trenós puxados por huskies para irmos provar a gastronomia local em cabanas no meio da floresta ou passeios em motas de neve onde passámos por cima de rios completamente congelados.
Todas as noites tentávamos vislumbrar a aurora boreal, mas não estávamos com sorte. O céu insistia em não abrir e apesar da aurora boreal lá estar não era visível por causa da nebulosidade.
A dois dias de voltarmos, decidimos mesmo ir para um local mais afastado de forma a termos melhores condições de visualização das tais luzes do Norte… mas nada! Voltámos para a zona do hotel e ponderávamos ainda ir ao bar de gelo beber um gin para aquecer a noite. Neste pequeno impasse, o céu limpou e de repente lá estavam elas… as luzes brilhantes e coloridas a rasgar aquele céu escuro!
Ficámos os dois em silêncio apenas com trocas de sorrisos e olhares cúmplices, deitados na neve a apreciar… em silêncio.
É definitivamente um dos fenómenos atmosféricos mais incríveis que se podem assistir. Na noite seguinte foi novamente possível ver a aurora boreal.
Foi uma viagem inesquecível. Não só pela aurora boreal, mas pela possibilidade de poder ter passado uns dias num ambiente completamente diferente da que estou habituada. E viajar para mim é isso: experimentar o que é diferente, abrir os nossos horizontes.
Esta é, sem dúvida, daquelas viagens que iremos recordar para sempre e que iremos contar aos nossos filhos: o que, entretanto, nasceu e a que vai nascer daqui a umas semanas.
É esta experiência e tudo aquilo que lá vivi que irei partilhar no dia 2 maio. Espero por vocês!